Trabalhe enquanto eles dormem?

23 de setembro de 2024

Andei topando por aqui e acolá com memes e cards motivacionais na linha de que a pessoa valorizada faz sempre mais do que o esperado e me peguei questionando por que será que ainda nos deixamos seduzir por essa expectativa ou padrão de excelência de “fazer mais do que o esperado”.

Não tenho a ambição de trazer respostas nesse texto, mas questionamentos para a gente pensar no que isso tem a ver com coisas como burnout e insegurança psicológica, em um espírito do tempo que já mudou, mas segue enfrentando resistências absurdas por parte do status quo, da cultura do mérito, do trabalhe enquanto eles dormem e todas as derivadas que estabelecem barras altíssimas que, ao fim, nos geram mais frustrações do que qualquer outro resultado.

Os desafios da liderança

O que mais tenho feito nesse ano é falar para pessoas em posição de liderança, desde aquelas nos primeiros degraus, até os mais altos na hierarquia organizacional.

Independente do tempo de experiência e do tamanho da responsabilidade, há uma coisa em comum — dissonâncias:

👷‍♀️ Entre trabalho e projeto de vida.

👯 Entre os conceitos de equipe e as pessoas que a compõem.

🏆 Entre a aspiração de reputação e os impactos do comportamento.

🎭 Entre o comportamento e a cultura da organização, sendo essa produto do que nós, pessoas, fazemos com as regras escritas e não escritas.

🗣 Entre o que é dito e o que é possível fazer.

🎓 Entre o que significa o cargo e o que representa no todo de uma trajetória.

⚖ Entre o tanto que igualdade e equidade são absolutamente ignoradas na relação entre pessoas no dia a dia de trabalho.

📣 Entre o que é empatia e como ela é utilizada para instrumentar a retórica.

🎬 Entre o que é comunicação e a forma como é negligenciada na coerência entre discurso e ação.

Tem mais, mas esses já são suficientes para uma boa pausa para reflexão…

Porque o problema não é o outro, mas também cada um de nós, quando deixamos para trás conceitos como compromisso e responsabilidade com as pessoas, como se mais importante fosse bater meta.

Ninguém trabalha sozinho.

Quero dizer que fazer mais do que o esperado é a cenoura para nós, coelhos, vivermos correndo na esteira, em uma velocidade cada vez maior e sem saber por quanto tempo, o que já gera exaustão, insatisfação e níveis estatísticos preocupantes de pouca saúde mental no trabalho.

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