O modo de vida atual requer estarmos sempre a postos. É cada vez mais difícil separar vida profissional da vida privada. Somos acessados por múltiplos canais, nos quais é esperado que estejamos disponíveis para todo mundo, a qualquer hora.
Vivemos em estado de conexão permanente, como os aparelhos eletrônicos que estão sempre de prontidão para retomar imediatamente o funcionamento tão logo sejamos requeridos.
Como mantermos o domínio da nossa atenção para aquilo que desejamos, em vez de nos deixarmos ser capturados pela disputa entre as marcas, as redes sociais, as pessoas, nossas tarefas, os “jogos do tigrinho”, os memes…?
Como não nos sentirmos soterrados pela enxurrada de informações e comandos que recebemos e criam a sensação constante de estarmos para trás?
Precisamos exercitar equilíbrios possíveis e o nosso direito à desatenção.
O objetivo é conseguirmos um pouco mais de disponibilidade para o que verdadeiramente importa, como participar dos nossos tempos presente, passado e futuro.
A conexão e a atenção à passagem do tempo influencia diretamente na nossa capacidade de perceber o que vivemos. E se a vida que a gente não posta dá uma trabalheira danada, o quanto estamos, de fato, presentes no que importa para nossas memórias e aquelas das pessoas que amamos e para quem podemos voltar?
Precisamos de alguma maneira desenvolver hábitos que nos ajudem a não deixar nossa atenção 24h disponível e à revelia das disputas.
Não à toa um dos grandes temas presentes nas discussões do SXSW 2024 foi bem-estar, conexões reais e felicidade…
Por aqui, o exercício de auto-priorização e alguns autocuidados para meu direito ao Tempo passam pelo privilégio de poder me dividir entre a selva paulistana e a Montanha, onde consigo assistir ao tempo passar de forma natural e a despeito do que acontece “no mundo lá fora”.
Com meus bichos, meus filhos e a natureza, tudo faz mais sentido no vai-vem da vida louca.