Comecei a ler o novo livro do Roman Krznaric, Como ser um bom ancestral. Ele discute a capacidade de superarmos a visão de curto prazo, trazendo questões que dialogam com a tirania do agora e necessidade de aprender a pensar muito além da nossa geração.
Coincidentemente, reli uma conversa entre Martha Gabriel e Marina Gorbis, de 2021, que foi publicada na Revista HSM Management, pós-pandemia, onde abordam argumentam sobre por que é urgente o desenvolvimento de novos modelos, de negócios e de vida.
Vou resumir abaixo a abordagem das pesquisadoras.
⏳ Curto VS Longo prazo
O modelo segue premiando iniciativas de curto prazo — o consumo, o preço das ações das empresas. Então, qualquer decisão que aponte para outro norte não será priorizada. Mudar os incentivos para pensar no futuro que desejamos é essencial para as ações no presente.
😬 Normal não significa bom
Evidências das nossas desigualdades, como trabalho precário, acesso limitado à assistência médica e a benefícios, a falta de reserva financeira pessoal, dentre outras, que são estruturantes e, portanto, podem ser vistas como normais do modelo, seguem sendo aceitas.
Combinemos que bom não é, certo? Pelo menos não para a imensa maioria das pessoas…
⬆ O poder das comunidades
As blue zones são regiões do planeta onde a qualidade de vida é maior. Não são necessariamente ricas, mas possuem um forte senso de comunidade, pertencimento, propósito dentro da comunidade. A vida boa e saudável está relacionada com o bem-estar social. Conversei sobre isso com a Heloisa Jardim, hoje diretora da Faculdade Exame, lá nos idos de 2021, numa live do Instagram. Se quiser conferir, está aqui.
💭 Pensamento crítico para imunidade cognitiva
Nossa realidade informacional causa dissonância cognitiva e ansiedade. As pesquisadoras sugerem o pensamento crítico como indutor da imunidade cognitiva, ou seja, uma mentalidade que garanta resistência aos desafios cognitivos que enfrentamos.
⚖ Futuros igualitários
Os recursos fundamentais que toda pessoa deveria ter não envolvem necessariamente dinheiro, mas riqueza, como acesso: a ar limpo, água, comunidade, saúde, educação, moradia…
Elas exemplificam uma situação vivida na pandemia: o acesso à natureza, único recurso de lazer para pessoas de renda mais baixa (parques, praias e espaços públicos) e que foram fechados, enquanto os mais privilegiados puderam seguir acessando esses recursos em ambientes privados.
Ainda não sei quais caminhos o livro do Roman Krznaric vai me apontar porque estou começando a leitura, mas fica a reflexão para vermos como estamos com ações possíveis para mais visão de longo prazo nas nossas vidas, para além delas próprias.