Colocando algumas leituras em dia, cheguei a um ótimo um artigo do Sergio Lozinski para o The Shift, de setembro (sim, eu demoro meses para chegar nas coisas — me julguem rs), sobre gestão de marca e qual o papel e o nível de interferência do CEO nesse processo.
Acabei por revisitar diferentes projetos dos quais participei neste 2024, e como foi gerenciar não só desejos e “mãos” de C-levels, mas também a difícil tarefa de estabelecer diálogo entre estabilidade e mudança, entre o que trouxe o negócio até onde ele está, e o que é necessário oxigenar para que siga adiante.
Estabilidade e Mudança
A necessidade e as pressões pela mudança são constantes.
A pergunta é o quê mudar e quando mudar.
Para chegar aos caminhos possíveis, é preciso muito conhecimento e consciência do que é estratégico, do que é o posicionamento da organização e os impactos para a sua reputação, para tomar decisões sobre mudanças, e isso inclui diagnosticar claramente as necessidades reais de ajustes, ou vamos ceder ao ímpeto de simplesmente fazer diferente.
E aí vamos à outra pergunta: por que fazer diferente?
Novamente, a resposta estará ligada ao que é importante para a organização e para o seu propósito em interlocução com o zeitgeist, o espírito do tempo. Quero dizer que essas decisões devem levar em conta impactos de curto, médio e longo prazos.
E aí vem a leitura do Sérgio, quando diz que “zelar pela marca é um equilíbrio entre preservar o que foi consolidado e criar uma nova tradição”, o que parece óbvio.
O óbvio tem que ser dito
Sim, o óbvio tem que ser dito.
Qualquer pessoa que já tenha lidado, ou lide com gestão de marca e suas inter relações já sentiu na pele o quanto esse equilíbrio é, na verdade, o leme de uma embarcação em águas super revoltas e com ventos fortes em muitas direções.
Requer disciplina, foco, resiliência e muito, muito conhecimento e informação para dialogar entre tendências e estratégias e tomadas de decisão e gestão de impactos tão diversos quanto os públicos de relacionamento de uma marca e sua função de rosto da estratégia de um negócio — e eu nem vou falar de como aqui entramos no campo das externalidades porque daí o assunto é bem mais complexo.
Vale não só ler o artigo, como escutar uma entrevista que dei a um podcast que compõe um dos MBAs da Unisinos, sobre necessidade de estabilidade e de mudança, que apesar de se referir especificamente à área da educação, permeia muitos contextos comuns a outras áreas.
De quebra, vamos assistir ao vídeo do Porta dos Fundos, abaixo ou direto no Youtube, que ilustra lindamente muita coisa que a gente vê por aí quando o assunto é branding em desconexão.
*O título é uma referência a Aaker, 2015, livro On Branding, para quem gosta de uma bibliografia 😉